PROCON ALERTA PARA GOLPES APLICADOS CONTRA CONSUMIDORES

por Manuela Lopes Santos Neves publicado 06/10/2025 07h57, última modificação 06/10/2025 07h57
No mutirão promovido pela entidade na Câmara de Aracruz, foram relatados golpes que atingem o sonho da casa própria

Quando o sonho da casa própria se torna pesadelo. Essa é uma realidade que infelizmente tem sido relatada por consumidores que procuraram o auxílio do Procon no mutirão que o órgão realizou, entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, na Câmara de Aracruz, para resolução de dívidas, serviços de cidadania e orientação jurídica. No caso da casa própria, um dos golpes mais comum que vitima o consumidor é o golpe do consórcio, que é praticado por pessoas que se dizem intermediadoras de negócios e, supostamente, disponibilizam vantagens que farão a diferença na hora de adquirir um bem imóvel.    

No mutirão na Câmara, quatro vítimas procuraram os agentes do Procon para relatar terem caído nesse tipo de golpe. Num dos casos, um casal está tentando recuperar os R$ 13 mil investidos num falso consórcio. Os dois foram induzidos a assinar um consórcio acreditando estar realizando o pagamento antecipado para liberação de carta de crédito, que na realidade não existe. Esse tipo de golpe pode ocorrer tanto pela internet ou em ponto físico, que o golpista aluga e monta para passar por uma financiadora.

Segundo Marcela Melo, dirigente do Procon de Aracruz, só este ano o órgão já contabilizou três mil reclamações e processos de vítimas de golpes. Além do falso consórcio da casa própria, outro caso relatado é o golpe da cesta básica. Nesta modalidade, em geral o golpista vai até a casa da vítima e informa que ela foi contemplada para receber cestas básicas durante seis meses. Para tanto, ela deve fazer um cadastro e se deixar fotografar. Com essas informações, o golpista consegue fazer empréstimos bancários ou solicitar crédito consignado em nome da vítima. “Nunca confie em ofertas muito vantajosas”, explica Marcela, que também alerta para que a pessoa não se deixe fotografar por quem não for de sua confiança, “pois o golpista consegue utilizar a imagem para reconhecimento facial e se passar pela vítima para efetuar transações bancárias”.

Whatsapp

Marcela alerta ainda para os golpes aplicados via Whatsapp, que têm sido comuns. “Nunca responda às opções ‘sim’ ou ‘não’ vinda de número de celular suspeito, pois qualquer resposta permite ao golpista acessar seus dados”. Links enviados por esse dispositivo também não devem ser acessados, uma vez que instituições sérias, como bancos, não costumam enviar links pelo Whatsapp. A dirigente do Procon reconhece que os golpes estão cada vez mais sofisticados e, graças a internet, mais velozes. 

Orientações

Além de fugir de ofertas muito tentadoras ou de links suspeitos, o Procon orienta que o consumidor procure confirmar se uma oferta vem do canal oficial da empresa. Outra recomendação é desconfiar de perfis suspeitos e jamais enviar dinheiro para influenciadores.  

Mas se a pessoa já caiu no golpe, a orientação é buscar a autoridade policial para fazer o boletim de ocorrência e procurar o Procon para fazer a reclamação. O órgão irá notificar a empresa cujo nome foi utilizado para o golpe, “pois esta pode ser co-responsabilizada caso seu sistema tenha sido burlado por terceiros”, explica Marcela. Caberá ao Procon realizar uma audiência entre as partes e, caso não haja solução, um processo é montado pelo órgão e encaminhado à justiça, última instância para que o consumidor busque recuperar aquilo em que foi lesado.